Retenção de funcionários no condomínio

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Colaboradores engajados colaboram na gestão do síndico

Se há algo que pode ser uma mão na roda para o sucesso da gestão do síndico nos condomínios, são os funcionários. Muitas vezes, são eles que tocam o dia a dia dos empreendimentos e, assim como os moradores, vivenciam o cotidiano do local, conhecem o histórico e as relações entre os condôminos. Contar com colaboradores engajados e retê-los no condomínio é um trunfo para o síndico.

No entanto, evitar o entra e sai de funcionários, especialmente daqueles que se destacam pelo bom trabalho, tem se tornado um desafio cada vez maior.

“Meu trabalho depende muito do trabalho deles. É importante que a gente, como síndico, também se esforce para mantê-los”, aponta Fátima Souza, síndica profissional em São Paulo.

Mas o que faz um colaborador querer permanecer ou deixar um empreendimento?

A resposta nem sempre é simples e envolve uma série de fatores importantes. E engana-se quem pensa que qualquer funcionário troca de posto apenas por um salário um pouco maior.

“Nem sempre está relacionado somente à remuneração. Há um conjunto de fatores que pode dificultar a permanência dos funcionários, como, por exemplo, a falta de perspectiva de crescimento ou o relacionamento com os moradores”, destaca Christiane Romão, síndica profissional em Salvador.

Vale lembrar que, para o condomínio — e, consequentemente, para o síndico — a troca constante de funcionários não é boa.

“Às vezes, um funcionário vai embora e leva consigo todo o histórico do condomínio, o que pode fazer falta e dificultar o trabalho do síndico”, complementa Romão.

A remuneração e o ambiente de trabalho do funcionário do condomínio

Embora a remuneração não seja o único fator determinante, ela é, sim, relevante dentro de um conjunto de aspectos.

“O valor deve, sim, ser diferenciado da média, mas acredito que existam outros pontos que pesem tanto quanto, como um bom ambiente de trabalho. É importante que os moradores entendam que apenas o piso salarial não é suficiente para reter um funcionário”, assinala Valdir Fogaça, síndico profissional em Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Para melhorar o ganho do funcionário de forma diferenciada, Fogaça sugere, por exemplo, um vale-alimentação acima da média.

“Com esse benefício, ele consegue reservar parte do salário para o lazer. E, além disso, não há encargos sobre o vale, o que torna essa opção vantajosa para o condomínio”, explica.

Outro ponto importante é o ambiente de trabalho.

“Ofereça boas condições aos colaboradores: uma máquina de café, uma cafeteira para o porteiro… Há condomínios que não querem nem máquina de lavar para os panos sujos, acham que o funcionário deve lavar à mão”, critica o síndico.

Christiane Romão também reforça a importância de atender às necessidades básicas dos funcionários.

“Vejo que algo muito valorizado é o plano de saúde. Quando dividido pelo número de unidades, o custo é baixo, mas faz enorme diferença para o colaborador”, pontua.

Relacionamento com os funcionários no condomínio

É importante lembrar: os moradores não devem dar ordens aos funcionários. Isso cabe exclusivamente ao síndico ou zelador, no caso de colaboradores próprios, ou à supervisão, quando se trata de mão de obra terceirizada.

“Muitos moradores querem mandar nos colaboradores, e isso não pode. Além de, muitas vezes, a abordagem não ser adequada, os funcionários ficam chateados”, afirma Fátima Souza.

Para evitar esse tipo de comportamento, o ideal é que o síndico invista em campanhas de conscientização.

“Aqui, quando percebemos algum problema, divulgamos uma nota de repúdio para que os moradores entendam os limites”, relata Valdir Fogaça.

Além disso, o síndico deve saber filtrar as demandas recebidas dos condôminos, repassando feedbacks justos e evitando injustiças.

“Já ouvi muita reclamação sobre as lixeiras do condomínio. Fui averiguar e eram os próprios moradores que não faziam o descarte correto, não queriam nem abrir a tampa e acabavam deixando o lixo ao lado. Para conscientizar, gravo vídeos, explico o que aconteceu e peço a colaboração de todos. Antes de chamar a atenção de um funcionário, o síndico deve sempre avaliar os dois lados da história”, exemplifica Mauren Gonçalves, síndica profissional em Porto Alegre.

Perspectiva de carreira para funcionários de condomínios

Outro aspecto fundamental para reter funcionários é oferecer uma perspectiva de crescimento.

“Aqui na Informma, se algum colaborador se destaca, ele pode ser promovido da limpeza para a zeladoria, por exemplo. Além disso, custeamos cursos, o que valoriza o funcionário — e beneficia o condomínio”, conta Fogaça.

Também é importante que as empresas de terceirização de mão de obra estejam atentas ao que os funcionários valorizam.

“Uma das ações que mais deram certo na RS Serviços foi o prêmio de R$ 300 mensais para quem não se atrasasse ou faltasse. Os colaboradores receberam muito bem a iniciativa”, revela Mariana Rocha, coordenadora de endomarketing da empresa.

Além disso, a empresa acompanha os funcionários após a contratação — com checagens após 20, 30 e 45 dias de integração.

“Temos uma central de atendimento exclusiva para os colaboradores, onde eles podem tirar dúvidas. Também oferecemos programas de desenvolvimento e plano de carreira”, conta Rocha.

Para Mauren Gonçalves, o engajamento da terceirizada faz toda a diferença na retenção.

“Quem recebe treinamento e atenção da empresa e do condomínio se sente valorizado e ouvido. E isso é essencial para que permaneça no posto”, avalia.

Ela conta que, ao perceber alta rotatividade de funcionários de determinada empresa, chama os responsáveis para conversar e entender a situação.

“Assim, a rotatividade caiu bastante e o serviço melhorou, tanto para o condomínio quanto para a empresa”, conclui.

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