Segundo levantamento da TV Globo, já foram registrados 12 assaltos a condomínios residenciais na cidade neste ano.
Muita gente prefere morar em condomínios residenciais na cidade de São Paulo por questão de segurança. Porém, chama a atenção um aspecto que também assusta quem vive nesses espaços fechados: o aumento de roubos e furtos nesses empreendimentos.
Segundo levantamento da TV Globo, o número de assaltos a condomínios residenciais na cidade já superou, em 2025, a soma dessas ocorrências registradas em 2024, 2023 e 2022.
Neste ano, já foram contabilizadas, de acordo com apuração da emissora e considerando apenas os casos que chegaram à redação, 12 ocorrências em que condomínios residenciais foram alvo de criminosos na capital.
Em 2024, foram 4 casos; em 2023, 3; e em 2022, 2 — somando 9 registros nos três anos anteriores.
Em contrapartida, levantamento da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que considera roubos a residências em geral na cidade — e não apenas a condomínios residenciais, como na apuração da TV Globo —, aponta queda de 17% nas ocorrências no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Os números de roubos e furtos a condomínios levantados pela TV Globo em 2021 (8 casos) e 2020 (15 casos) indicam que esse tipo de crime já se tornou um problema mais frequente há alguns anos — entre cinco e sete anos, mais especificamente, segundo cálculo do advogado criminalista Clóvis Ferreira de Araújo. Ele foi delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) entre 2015 e 2019 e atuou na Polícia Civil de São Paulo por 35 anos.
Araújo explica que “o crime contra o patrimônio vai migrando”.
“Antes, eram feitos os roubos a agências bancárias. Quando elas reforçaram a segurança, os criminosos passaram a atacar carros-fortes, que procuraram se proteger mais. Vieram depois os sequestros, que passaram a ser coibidos com mais rigor.”
De cinco a sete anos para cá, segundo o advogado criminalista, as quadrilhas têm focado os condomínios residenciais, que ainda são mais vulneráveis em termos de segurança.
Os roubos e furtos nesses locais contam com estratégias variadas, explica Araújo. Um dos métodos mais usados pelos invasores é a entrada pelos portões de acesso às garagens, geralmente menos vigiados do que as portarias.
Clonagem de controles remotos
Outra tática foi adotada por uma quadrilha desmontada na sexta-feira (8) pela Polícia Civil, que praticava roubos e furtos a condomínios de Moema, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo.
Segundo apuração da TV Globo com a corporação, um manobrista de estacionamento de academia é investigado como o integrante do grupo responsável por clonar os controles dos portões das garagens de moradores, enquanto eles frequentavam o local.
O esquema vem sendo investigado desde o fim de junho, quando dois homens e um adolescente foram detidos na Vila Heliópolis enquanto planejavam um roubo a uma residência no Campo Belo.
A partir da análise dos telefones apreendidos com os indiciados, os investigadores descobriram que havia um núcleo criminoso por trás dos roubos e identificaram o modus operandi da quadrilha. O grupo utilizava o mesmo veículo e clonava os controles remotos das residências.
Na madrugada da sexta-feira (8), a Polícia Civil prendeu 12 suspeitos de integrarem a organização criminosa, responsável por pelo menos sete roubos e furtos de residências em bairros da Zona Sul de São Paulo, caso de Moema.