Por uso de carro-pipa, a Águas do Rio aplicou multas em dois blocos do imóvel localizado na Rua Barão de Itapagipe. A empresa reforça que contratar veículos não autorizados pela concessionária pode representar riscos
Em abril deste ano, o Condomínio Solar, localizado na Rua Barão de Itapagipe, Tijuca, ficou sem água por 24 horas. Os blocos 1 e 2 solicitaram um caminhão-pipa para resolver a situação. No entanto, o que parecia ser uma resolução virou um novo problema. A Águas do Rio, concessionária que opera na região, aplicou multas nos imóveis.
Cada bloco foi multado em R$ 272 mil por uso de caminhão-pipa, que de acordo com a empresa pode representar risco quando não são autorizados pela concessionária e órgãos de fiscalização, como o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) – leia a nota completa no final da matéria. Somando os dois, a quantia é de 544 mil reais, que está sendo dissolvida nas contas de água dos últimos meses do condomínio.
“Nossa conta mensal normalmente vem pela média o valor de 20 a 23 mil reais. Com a soma da multa, pelo segundo mês seguido veio 38 mil reais“, conta Gilvan Ferreira, síndico do bloco 2 do Condomínio Solar.
Os moradores consideram a cobrança abusiva. Eles, ainda, questionam o curto prazo para recorrer. Foram 10 dias.
“Recebi uma notificação no dia 07/5, um mês depois de ter solicitado carro-pipa. Informo que por algumas vezes foi solicitado carro-pipa à Águas do Rio e nunca fomos atendidos“, reforça o síndico Gilvan.
Outra crítica é o cálculo para a multa, uma vez que o consumo mensal de água do condomínio é de no máximo R$ 25 mil. Além disso, os moradores se defendem dizendo que a Águas do Rio não pode alegar contaminação do sistema, pois o carro-pipa foi esvaziado diretamente na cisterna do condomínio para tratamento e distribuição local.
Procurada pela reportagem do DIÁRIO DO RIO, a Águas do Rio informou que “se reuniu com o representante do condomínio em 11 de junho. Na ocasião, a concessionária explicou os motivos das multas aplicadas, relacionadas a irregularidades constatadas, e detalhou os valores, que seguem a legislação vigente e os contratos de concessão. A empresa também reforçou que os pedidos de caminhão-pipa devem ser feitos diretamente com a Águas do Rio. O uso de veículos não autorizados pela concessionária e sem licença do Inea pode representar riscos, já que não há garantia sobre a origem e a qualidade da água, que pode ser de fonte sem tratamento ou fruto de furto do sistema público“.
Por outro lado, os moradores garantem que o caminhão-pipa contratado é de uma empresa credenciada pela Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) e pelo Inea.