Experiência em que todos ganham.

Quando a Parceiros Voluntários surgiu em 1997 não havia tanto acesso à tecnologia e a redes sociais. O papel da ONG, então, era fazer uma ponte entre a instituição que necessitava ajuda e o voluntário. Hoje, com a tecnologia instalada no nosso dia a dia, o superintendente da entidade Alfredo Nahas explica que a busca ficou bem mais fácil. “Se a pessoa fizer uma pesquisa no Google sobre projetos sociais próximo de onde mora vai aparecer muitos. Então é só ligar para este lugar e ver o que as pessoas precisam. Importante é ter uma atitude de sair da minha inércia”, sugere Nahas.

Para quem deu este primeiro passo, a Parceiros Voluntários facilita o encontro com a instituição. No site da ONG há um atalho que quem acessar cai direto em um portal com muitas opções de voluntariado, inclusive trabalhos que podem ser feitos à distância. Antes de começar a colocar a mão na massa é preciso passar por uma reunião de conscientização. Na prática é um treinamento online que reforça a importância do compromisso assumido.

Ao longo da jornada de 25 anos, a Parceiros Voluntários estima que já mobilizou mais de 400 mil pessoas e formou mais de 2 milhões de lideranças e voluntários. “Se perguntar para estas pessoas o que ganharam, a maioria vai responder: achei que eu ia dar e acabei recebendo. Trocar significa, uma pessoa dá algo e outra recebe algo em troca. No voluntariado a gente compartilha, então, todos ganham”, diz Nahas.

Alimento para a Alma 

As pessoas querem ajudar, mas falta o meio. Essa é a percepção do diretor presidente da Guarida Julio Cesar Soares da Silva. E o que ele propõe é que a Guarida faça essa ponte entre pessoas e projetos ou causas. Para Silva, essa vontade de aproximar estes dois públicos faz parte do DNA da empresa. “É algo que alimenta a nossa alma. Faz a gente re- fletir sobre o que é importante. Dá outro sentido à nossa vida e nos faz sentir úteis”, relata.

O fato de ter uma carteira grande de clientes e fornecedores ajuda a mobilizar pessoas para um objetivo comum e todos saem ganhando. Foi a partir desta visão que nasceram projetos, como a campanha O Amor que Movimenta, para arrecadar cadeiras de rodas novas e usadas e equipa- mentos hospitalares para instituições, e o Armário de Rua, que arrecadou mais de 2.500 peças de roupa para crianças.

Além de motivar o público externo para participar, Silva conta que as iniciativas acabam contagiando o público interno e criando uma cultura colaborativa dentro da empresa. “Eles são estimulados através de campanhas e acabam se mobilizando para participar de nossas ações. Nos Cozinheiros do Bem, por exemplo, todos os voluntários são funcionários”, frisa o diretor.

Pedal da Inclusão

“Sou apaixonada por andar de bicicleta. Desde criança, sempre que pedalava, ficava imaginando as pessoas que não poderiam ter esse prazer. Como seria para um cego? Um cadeirante? Ou para uma pessoa que não consegue se equilibrar sozinha por algum problema neurológico?

Foi assim que, fruto de uma grande vontade de dar a essas pessoas a mesma sensação que tenho, nasceu o Pedal da Inclusão. As bicicletas são adquiridas a partir da venda. de tampinhas de garrafa pet e de doações, promovendo, além da inclusão, o envolvimento e conscientização de pessoas em relação à reciclagem, ao bem-estar e ao meio ambiente. A felicidade dessas pessoas em ter aquela mesma sensação que tenho é inexplicável. Não é possível descrever em palavras. Para algumas delas, trouxe até mais uma razão de viver.”

Desenvolvimento pessoal e mais saúde

Aos 15 anos, o psicólogo Leon Golendziner, começou a fazer trabalho voluntário em uma comunidade. A primeira lição que aprendeu foi a importância da educação quando passou por um treinamento para ser professor neste lugar. A convivência em grupo o ajudou a desenvolver a escuta, a comunicação, o relacionamento interpessoal e as habilidades sociais. Aprender a lidar com a diversidade, desenvolver pensamento crítico e analítico também fizeram parte deste pacote de benefícios. A segunda descoberta veio logo depois. Foi sentir como era importante causar impacto na vida dos outros e de trocar experiências. Ali percebeu o beneficio que a troca em grupo tem.

Aos 34 anos, agora diretor e um dos fundadores da ONG Projeto Camaleão, que cuida da autoestima de pessoas com câncer e seus cuidadores e familiares, supervisiona os facilitadores de grupos de ajuda para mulheres que estão enfrentando essa doença. O fato de pertencer a uma família com vários casos de câncer certamente foi um motivador para a ajudar a criar a ONG. “Quando eu escutava as mulheres dos grupos passei a conhecer mais a minha mãe porque quando ela teve câncer eu era muito criança. Conheci muito sobre a jornada dos pacientes. Foi muito importante para meu desenvolvimento”, assinala.

Atualmente, quando conversa com os candidatos a voluntários do Camaleão sempre pergunta: como tu queres desfrutar disso? Ele explica que é como se fosse uma seleção para uma empresa. “A gente oferece a possibilidade de exercer um papel na sociedade. Um papel que te faz ser alguém”, ensina. Não é à toa que estudos mostram que quando o ser humano faz algo que transcende a ele mesmo é um fator de promoção de saúde e de propósito na vida.

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