André Barcellos
Advogado
Diretor do escritório Barcellos Advocacia e Cobranças
A presença das redes sociais na vida das pessoas proporcionou grandes mudanças de comportamento tanto nas relações humanas como nas relações empresariais.
Um reflexo da rápida disseminação das novas tecnologias e das mudanças que elas trazem à sociedade está na fragilização dos laços sociais. Cada vez mais o homem tende a se relacionar de forma superficial e criar laços menos duradouros.
Compreender esse impacto em nossa sociedade e como isso afeta nossas relações, é compreender que tipo de psicologia essa sociedade necessita.
Neste sentido, trazendo para o lado das relações condominiais e especificamente para as cobranças, durante anos, o ato de cobrar foi feito de forma agressiva/automatizada. Como consequência, temos uma multidão sequer aberta a ouvir uma proposta, com medo de ofertas impagáveis e da insistência dos agentes. Porém, agora, os tempos são outros.É preciso desenvolver uma metodologia diferente, uma forma mais humana de se cobrar, com mais empatia. Humanizar não quer dizer ser permissivo com o condômino em dívida, que nesta situação já quebrou um contrato entre as partes e abalou o relacionamento, mas entender que o devedor é parte da negociação e tem poder de decisão, não sendo somente um espectador obrigado a pagar nas condições impostas.
Antes de buscar o contato, é necessário entender o sentimento e o momento de vida dessas pessoas, elaborando melhor as estratégias de uma operação para tratá-los com extremo profissionalismo, respeito e, principalmente, empatia. Tornar a cobrança algo natural – sem constrangimentos – abre portas para uma recuperação não só do crédito, como também da autoestima do devedor. Com isso, cria-se vínculo e colaboração para firmar e cumprir acordos.
Por parte da empresa, que é a ponta mais forte deste relacionamento, é possível aproveitar o momento para, não apenas fazer a cobrança, mas também criar uma relação de parceria com esse condômino.
